Um escritório saudável é aquele cujo design está centrado na saúde e bem-estar das pessoas. Não nos referimos apenas ao nosso bem-estar físico, mas também à nossa saúde emocional e social.

Um escritório saudável traduz-se em benefícios substanciais para todas as partes4: os empregados podem desfrutar de espaços mais saudáveis, atraentes e inspiradores; as organizações encontram valores positivos intangíveis, como a imagem de marca, bem como valores mensuráveis associados à concepção de espaços de trabalho mais produtivos.

O escritório torna-se um importante factor de motivação para as pessoas quando proporciona bem-estar e qualidade de vida. Factores como a ergonomia do posto de trabalho, luz, cor, etc., desempenham um papel fundamental no design do escritório. Desempenham também um papel importante no nosso estado de espírito, que está directamente relacionado com a nossa capacidade de concentração, a nossa vontade de trabalhar… Um escritório saudável, portanto, é um valor crescente nas políticas de atracção e retenção de talentos.

Para além de incentivos salariais ou planos de formação à medida, os empregados valorizam cada vez mais o equilíbrio entre a vida profissional, a autonomia, a flexibilidade e a escolha. Exigem também um ambiente de trabalho confortável no qual se sintam à vontade.

WELL Building Standard, o padrão de escritório saudável

Os escritórios que servem o bem-estar das pessoas que neles trabalham esão a tornar-se um novo paradigma cada vez mais difundido, apoiado por certificações como a WELL Building Standard, a primeira norma mundial de construção centrada exclusivamente na saúde e bem-estar humanos.

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Escritório saudável, seis factores-chave

A WELL procura contemplar dez factores-chave – abordaremos os 6 mais relacionados com o design e equipamento do escritório.

1. Equipamento ergonómico

De que serve instalar um ginásio na empresa (altamente recomendado, a propósito) se os postos e espaços de trabalho nestes escritórios são a causa de várias patologias e doenças? Vários estudos mostram que um espaço de trabalho ergonómico melhora o desempenho dos trabalhadores em 20 a 25%.

Um relatório da Ofita mostrou que 30% dos trabalhadores queixaram-se de dores nas costas (80% tinham tido algum episódio de dores nas costas do decorrer das suas vidas), 17% queixaram-se de dores musculares nos braços e pernas e 45% afirmaram trabalhar em posturas dolorosas ou fatigantes.

Os problemas mais comuns sentidos pelas pessoas que trabalham num escritório são:

  • Distúrbios visuais: ardor, comichão, tensão, desfocagem, vertigens, etc.
  • Problemas músculo-esqueléticos: cervicais, dores nas costas, lombar, etc.
  • Problemas mentais ou psicológicos: perturbações do sono, ansiedade, stress…

O mobiliário ergonómico, especialmente a cadeira de trabalho ergonómica, que se adapta às pessoas, previne desconforto e doenças, cria estados psicológicos saudáveis e reduz as taxas de absentismo.

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As lesões e doenças relacionadas com o escritório têm geralmente um custo elevado, o que se traduz em horas de trabalho perdidas (consultas médicas, baixa por doença, licença de reabilitação, etc.) e desempenho reduzido. Nos Estados Unidos, as empresas que implementaram um programa ergonómico reduziram os custos de compensação dos trabalhadores em 80 por cento.

Para além do mobiliário, as condições ambientais nos escritórios são uma causa de doença e desconforto. Os de maior impacto são o conforto térmico, o conforto acústico e a iluminação.

2. Flexibilidade

Os modelos de trabalho híbridos necessitam – mais do que nunca – de espaços de trabalho flexíveis que permitam aos empregados adaptarem-se a diferentes necessidades e actividades, tanto individuais como colectivas; formais e informais. O mobiliário deve também ser flexível para acompanhar o escritório na sua faceta mais dinâmica.

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3. Iluminação

Uma iluminação inadequada pode causar fadiga ocular, cansaço, dores de cabeça… para não mencionar o facto de que pode forçar-nos a adoptar posturas incorrectas que, com o tempo, podem degenerar em problemas músculo-esqueléticos. Também causa desatenção, desânimo, depressão, irritabilidade, fadiga e stress, o que pode levar a acidentes, mau desempenho e baixa por doença.

Um problema muito comum nos escritórios, relacionado com a iluminação, é o aparecimento de reflexos nos ecrãs dos computadores, produzidos pela presença de fontes de luz directa. É necessário analisar a distribuição de fontes de luz nos postos de trabalho para evitar este problema.

Dois outros problemas comuns são o encandeamento (associado à presença de fontes de luz directa muito intensa e também com luz reflectida em superfícies muito brilhantes) e a iluminação insuficiente do ambiente.

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Escritórios Roche Gis, Madrid – Mobiliário Ofita

Os requisitos para uma boa iluminação nos espaços de escritórios incluem o seguinte:

  • Nível adequado à tarefa: fornecer a quantidade de luz necessária para um determinado trabalho. A solução consiste em iluminação mista, ou seja, utilizando iluminação geral acompanhada de iluminação localizada.
  • Um bom sistema de iluminação deve fornecer contrastes de luz para assegurar que os objectos são devidamente percebidos. As superfícies da mesa em cinza, creme ou madeira natural proporcionam contrastes adequados. Os acabamentos mate são melhores que os acabamentos brilhantes.
  • Ausência de claridade e brilho descontrolado. A iluminação deve ser uniforme, para que os caracteres nos ecrãs dos computadores ou documentos impressos possam ser facilmente lidos.
  • Nos escritórios, recomenda-se um nível entre 300-750 (lux).
  • A linha de visão da pessoa para o ecrã deve ser paralela às lâmpadas do tecto. Estas lâmpadas não devem ser posicionadas acima do operador.
  • Usar luz natural sempre que possível.
  • Recomenda-se que o ecrã do computador seja colocado de lado para a janela.
  • Não colocar objectos brilhantes atrás do ecrã do computador.
  • As cores das paredes, tectos e superfícies de trabalho não devem ser nem demasiado escuras nem demasiado brilhantes.
  • A questão da cor está intimamente relacionada com a iluminação. Ao mobilar um escritório, procuram-se cores que não só motivem as pessoas a trabalhar, mas também ajudem a criar uma atmosfera humana, agradável e confortável.

Psicologicamente, é aconselhável usar cores diferentes num espaço de escritório para não saturar as mentes daqueles que passam o seu dia de trabalho nesse espaço.

4. Ruído

Estima-se que 35 a 40 por cento dos trabalhadores expostos a níveis de ruído superiores a 90 decibéis sofrerão perda auditiva após os 60 anos de idade.

O ruído é um dos maiores problemas no local de trabalho, pois pode causar stress, fadiga, depressão, irritabilidade… e patologias mais graves relacionadas com a tensão que o ruído gera. Também afecta a produtividade das pessoas, uma vez que dificulta a concentração e a comunicação. As pessoas sujeitas a altos níveis de ruído sofrem de fadiga nervosa, o que reduz a sua eficiência no trabalho.

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Cabines Vetrospace – Ofita

Os valores médios da legislação europeia estabelecem um limite aceitável de 65 dB durante o dia e 55 dB durante a noite. Nos escritórios, o nível máximo de ruído nas áreas operacionais deve ser de 50 dB; contudo, o nível médio é geralmente superior a 70 dB.

A perigosidade do ruído depende não só do seu nível de decibel, mas também do tempo diário durante o qual a pessoa é sujeita a ele. Recomenda-se que o ruído contínuo superior a 90 dB seja tido em conta como possível causa de doenças profissionais e o ruído esporádico superior a 130 dB como causa de acidentes auditivos.

Para além do isolamento geral do edifício, ao projectar o interior de um escritório saudável, é necessário analisar o nível de privacidade exigido para cada espaço de trabalho, que será determinado pelo tipo de actividade aí desenvolvida e pelo número de pessoas.

5. Conforto térmico

Um escritório saudável deve proporcionar um ambiente térmico confortável para a maioria das pessoas que nele trabalham. A temperatura mais adequada situa-se entre 20 e 24ºC (20-22ºC no Verão e 23-24ºC no Inverno). As altas temperaturas devem ser evitadas, e uma temperatura constante deve ser evitada, uma vez que o nosso organismo necessita de mudanças de temperatura. O ar deve ser fresco, com um nível adequado de humidade e livre de pó em suspensão.

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6. Qualidade do ar

 A Organização Mundial de Saúde estima que 10-30% dos ocupantes dos edifícios sofrem de problemas de saúde relacionados com a má qualidade do ar interior.

A má qualidade do ar interior ocorre quando a ventilação não assegura que as concentrações de poluentes sejam mantidas a níveis que não causem problemas de saúde aos ocupantes. Existe uma grande variedade de poluentes num escritório: químicos, bactérias, fungos, pó, etc., provenientes de diferentes fontes, tais como sistemas de aquecimento, ar condicionado, produtos de limpeza, materiais de construção, etc.

Para contrariar os efeitos do ar insalubre, devemos passar o máximo de tempo possível em lugares com árvores ou rodeados de jardins. Estudos mostram que as plantas no interior dos edifícios (biofilia) também têm um efeito benéfico de descontaminação, removendo percentagens muito elevadas de substâncias tóxicas em poucas horas. Esta ligação com a natureza promove o bem-estar, a saúde e o conforto emocional num escritório saudável.